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Quando
você pensa, ou sonha, em viajar a primeira coisa a ser feita é a escolha do
lugar para onde se quer ir. Existe muito sentimento envolvido neste momento,
pois a expectativa, a ansiedade e o desejo em pôr o pé na estrada afloram-se!
Passado este momento, vem aquela fase em que o sonho sai do campo da imaginação
e começa a materializar-se. A data da viagem é definida e a partir daí tudo
começa! Desde a escolha dos locais para visitar (museus, monumentos, locais
históricos), locais para comer (restaurantes, cafés), locais para
entretenimento (parques de diversão, musicais, peças de teatro, shows, festas),
como se locomover (alugar carro, passagens de ônibus ou trem), até hotéis e as
fatídicas passagens áreas. Isso tudo é necessário para se ter ideia de quanto
custará a tão sonhada viagem e começar a organizar-se financeiramente.
Mais
próximo da partida, começa a preocupação do que pôr na mala. Novamente, fazer
escolhas são necessárias. Sem dúvidas, um fator é determinante: a duração da
viagem. Quantos dias, ou mesmo semanas fazem toda a diferença. O passo seguinte
é olhar para o guarda-roupas e então arrumar as malas! Na prática, 1/3 do que
será colocado nela você usará. Mesmo assim, ela ficará esturricada de coisas. A
volta da viagem é o problema, pois pelo menos uma mala a mais voltará com as
compras feitas pelo caminho (pensando na melhor das hipóteses) e junto dela vem
o excesso de bagagens...
Anos
atrás, escutei alguém dizer que a nossa vida pode ser comparada a uma bagagem.
Ao longo dos dias, meses e anos, vamos acumulando nela diversas coisas. Boas ou
ruins, servem de experiência para que, ao olhar para dentro, possa-se recordar
momentos importantes e que trouxeram algum aprendizado, algum crescimento. Lá é
possível encontrar também ferramentas que auxiliarão para encarar um desafio
presente ou mesmo futuro. Neste momento, você depara-se com algo que nenhum de
nós consegue controlar: o tempo. As marcas da sua passagem são sentidas e
refletem-se nitidamente no corpo. Faça a seguinte experiência: procure uma foto
que tenha pelo menos um ano (ideal que ela tenha vários anos) e observe-a.
Pense em como estava a sua vida, ou a sua bagagem (sua experiência ou
maturidade) naquela época. Agora vá a um espelho e olhe-se, volte a foto, o que
mudou?
Tudo
aquilo que fazemos no momento atual vai para dentro da nossa bagagem de vida.
Isso faz parte das nossas escolhas, independentemente se a ocasião nos impulsionou
a tomá-la, sempre opta-se por alguma coisa. Você já deve ter visto, ou mesmo
feito, a experiência de uma pedra ser jogada dentro d’água. O efeito que é
gerado após a pedra submergir são diversas ondas em formato de círculos. O
mesmo ocorre com cada escolha que fazemos. Ela reflete não só em nossas vidas,
mas em tudo aquilo que nos rodeia. Não se passa pela vida sem deixar algo de
bom ou até mesmo ruim nela. Esse tempo passado chamamos de legado.
Passados
quase 2 meses do início da aventura de correr a minha primeira maratona, quando
parei para escrever esse artigo nesse domingo fiquei olhando tudo aquilo que já
coloquei na minha bagagem. Analisei cada dia que ficou armazenado. Como numa
fotografia, peguei essa recordação e fiquei contemplando-a. Me fez lembrar de
como estava me sentindo, qual era o meu pensamento. Pude até ver que estava com
alguns quilos a mais que hoje já suei a maioria deles. Acima de tudo, olhei a
foto que segue abaixo. Nessa foto fiquei por vários instantes olhando e refletindo.
Acredite, essa foto foi colocada na minha bagagem ontem!
#VINIRUN (Jardim do Lago, Canoas - RS) |
Essa
menina de jeito meigo ao meu lado correndo é a minha maior fã, minha maior
parceira, minha companheira, meu staff oficial, minha confidente, minha amiga e
alguém que quero viver muitos km juntos. Ela mudou e muda minha vida em muitos
aspectos e posso ver o quanto mudei e mudo a dela também. Assim como a pedra
que cai na água, consegui produzir um efeito na vida dela através do esporte. Algo
que acredito, algo que vivo e escolho diariamente. Ela sempre diz que é difícil
me acompanhar, mas me enche de orgulho ver que de alguma forma estou
contribuindo no crescimento dela. Somos seres que vibram e ao vibrar
influenciamos tudo o que nos rodeia. Deixamos legados para as pessoas e o
melhor de tudo é que podemos escolher o que queremos deixar. Faça sua bagagem
ser simples e leve, lembre-se que 1/3 dela é que o realmente importa. O
restante muitas vezes é excesso e paga-se caro quando chegamos ao destino
final. Qual legado você está deixando? Convido você a permitir-se olhar para
dentro. Coragem, nem sempre é fácil!
Até
a próxima semana!