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Dias
atrás ouvi um discernimento sobre recomeço que me fez repensar várias coisas
que vivi nos últimos tempos. Num momento de partilha de dois amigos na reunião
do grupo Acamps ouvi sobre esse tema. Não costumo ir nas reuniões (inclusive
foi a primeira vez, apesar de conhecer a todos), mas por algum motivo estava
lá. No decorrer daquele momento, fui conduzido a parar e refletir. A ação de acessar
momentos da vida nem sempre é um exercício fácil, pois nem tudo o que a nossa
mente armazena em suas lembranças são coisas boas. Se pudéssemos, de alguma
forma, apagar alguma delas estaríamos tentados ao menos a cogitar a hipótese de
o fazer. Comecei, então, o processo de análise e fui deparando-me com as mais
diversas recordações. Em cada uma, boa ou ruim, existiam uma infinidade de
sentimentos envolvidos que justificavam as ações e o direcionamento traçado.
O
que recomeçar tem a ver com a dinâmica de parar e olhar para si? Tudo,
acredite! Foi este o grande aprendizado que consegui absorver do discernimento
que comentava. Sem querer ser simplista, a vida te impõe dois tipos de
recomeços: reativos ou pró-ativos. Ambos estão tomados de sentimentos e irão de
alguma forma impulsioná-lo a agir, a diferença entre eles é como você fará
isso. O recomeço reativo faz com que a vida lhe impulsione. Algum fato muito
marcante bagunça a sua zona de conforto e você acaba por não ter outra opção
além de fazer algo para mudar aquele cenário. Os exemplos para esse tipo são
inúmeros, é só lembrar dos jogos paraolímpicos. O ponto marcante é a superação que
provoca a mudança. Já o recomeço pró-ativo, parte do ato que comentava no
início deste artigo, parar e pensar. Assemelha-se ao método PDCA utilizado na
gestão de empresas. Planejar, executar, verificar e corrigir, faz com que um
ciclo de melhoria continua seja aplicado. O ponto marcante é que você é o
agente da mudança.
Independentemente
do tipo, o ponto chave entre elas é acreditar. Sem que se tenha plena convicção
do rumo que está sendo tomado, a dúvida pode fazer com que você encontre muitas
pedras no caminho. Qualquer dificuldade encontrada
pode levá-lo a desistir, pois a insegurança toma o lugar da razão. Você já deve
ter passado por essa experiência e se perguntado “o que estou fazendo?”. Sempre
tive dificuldades em saber se, da escolha que tomei, aquele caminho era o mais
correto. O que acabei aprendendo na partilha desses amigos é que existe um termômetro
que faz com possamos aferir se o rumo é o certo chamado, felicidade. Não há
como saber o que haverá no final dessa estrada, mas se ao caminhar nela você
estiver feliz, vá em frente e lembre-se que o percurso é a melhor parte!
Ao
refletir na minha vida, percebi que tive muitos recomeços e entendi que eles
podem ser diários. Nessa última semana que passou, recomecei a dar foco aos
treinos. O que me tirou dele nos últimos tempos foi uma dor no joelho esquerdo.
Tenho uma doença nele chamada condromalácia patelar. A descoberta foi em 2012 e
me fez parar de correr por longos 7 meses. Naquela época fiquei muito
desmotivado e chateado, pois tive que parar. Recomecei reativamente com sessões
de fisioterapia para reforço muscular acompanhado de medicação. Com medo de que
vivesse novamente, as últimas semanas foram bem difíceis para os treinos.
Muitos deles não consegui fazer porque sentia dor e tinha medo de lesionar. Foi
então que vi que posso recomeçar agora de forma pró-ativa. Retomei o reforço
muscular através de exercícios funcionais e os treinos da minha planilha de
corrida que foram revistos pelo professor que me acompanha na V!N!
RUN. Qual o próximo passo? Acreditar!
Até
a próxima semana!